Jogos que vão além do que se vê

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Alunos de escola no Rio de Janeiro criam experiências de videogames para deficientes visuais

Estudantes do Oi Nave criam jogos de computador, celular e tablet visando o deficiente visual Foto: Pedro Giglio
Estudantes do Oi Nave criam jogos de computador, celular e tablet visando o deficiente visualPEDRO GIGLIO
RIO - Em uma época em que as fabricantes de videogames têm tentado atrair mais público, abraçando dos veteranos aos casuais, é refrescante ver que aqueles com necessidades especiais não ficaram de fora. Se um dos grandes chamarizes da guerra do hardware é a evolução dos gráficos, uma série de projetos da escola Oi Nave que têm como alvo os portadores de deficiência visual é mais interessante ainda.
Eduardo Azevedo, coordenador do curso de programação de games da escola, reafirma o caráter inclusivo e social destes jogos - e como de praxe, as criações são de autoria dos próprios alunos na faixa dos 16 e 17 anos. Vynicius Moraies e Vitor Martins criaram ‘Blind vs. Zombies’, no qual o herói se guia pelo som nos fones de ouvido para saber de onde vêm os mortos-vivos. “É só inclinar o tablet para o lado de onde vem o zumbi e tocar na tela para atirar”, explicou Vitor.
Rodrigo Ferreira usou o Kinect e um notebook para ‘Sinestesia’, seu jogo de memória corporal. Bebendo do clássico ‘Genius’ e jogos de dança, o jogador ouve as indicações de qual mão ou pé deve ser mexido; à medida que cada ação é feita com sucesso, a sequência de comandos vai aumentando. Outro jogo, ainda sem nome final, foi criado por Alan Rocha e envolve a direção de um carro por comandos de voz pelo próprio jogador, indicando para qual lado virar.
Cada equipe de produção tem até três participantes, e os projetos apresentados demoraram cerca de cinco meses cada entre pesquisa e desenvolvimento. Ainda assim, certas situações quase passaram despercebidas pela equipe, e foi aí que o aval de Margareth Oliveira chegou na hora certa. Professora do Instituto Benjamin Constant e coordenadora de informática educativa para alunos do ensino fundamental, ela é parte do público-alvo dos jogos, ela questionou o que os jogadores estavam vendo enquanto ela jogava.
Ao saber que o jogo não tinha gráficos, ela comentou que isto deveria mudar - e os criadores acataram a ideia. “Os jogos têm de ser feitos de forma que juntem as pessoas, sejam deficientes ou não”, disse Margareth. “Espero que este projeto continue, pois é bom tanto para educadores quanto para alunos”. ‘Blind Vs. Zombies’ será oferecido gratuitamente (isso mesmo: todos poderão jogar!) via web, App Store e Google Play em data a ser anunciada.


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