Mozilla Boot to Gecko: um sistema operacional para celulares baratos e inteiramente online

Um sistema operacional totalmente baseado na tecnologia HTML5: esse é o principal apelo do Boot to Gecko (B2G), um projeto desenvolvido de uma parceria entre a Fundação Mozilla e a Telefônica. Apresentado nesta segunda-feira (27) durante a Mobile World Congress 2012, em Barcelona (Espanha), o OS é parte de uma estratégia para ajudar a difundir smartphones mais baratos em mercados como o da América Latina.

Aparelho Samsung rodando o B2G (Foto: Reprodução/The Verge)

Baseado na web, via navegador da Mozilla (responsável pelo Firefox), o sistema deverá baratear os custos dos aparelhos. De acordo com Carlos Domingo, diretor de Desenvolvimento de Produtos e Inovação da Telefonica Digital, o potencial de um aparelho B2G seria de custar “dez vezes mais barato do que um iPhone”. Ou seja: no Brasil, sairia por volta de R$ 180.

“O que estamos vendendo nestes países [da América Latina] são telefones simples, o que é ridículo”, disse ele em coletiva durante a MWC. “Podemos trazer smartphones às massas em nações em desenvolvimento com esta abordagem”, acredita.

Durante a apresentação, um aparelho de demonstração foi utilizado para mostrar as possibilidades do sistema. Com uma tela de 480 x 320 pixels, várias tarefas – inclusive ligações, mensagens de texto e jogos simples – foram realizadas pela tecnologia HTML5, por meio da interface do navegador. Basicamente, a partir do momento no qual se liga o aparelho, você está já na web. A ideia é levar todo o processamento mais pesado à nuvem, liberando assim a necessidade de um hardware robusto, princípio semelhante ao da virtualização de desktops.

Os planos para lançamento dos primeiros aparelhos com B2G, junto com a marca Open Web Devices (OWD) deverão se concretizar ainda em 2012. O hardware de referência será submetido pela fabricante de processadores Qualcomm. Além da própria Telefônica, a operadora alemã Deutsche Telekom também está envolvida no projeto e deverá apresentar seus dispositivos no mercado europeu.

Via CNET