E só se fala na Nokia em Barcelona. Por que será?

, , No Comments

Ela precisava de um superanúncio, vocês não acham? Afinal, o que se espera da Nokia? Todo mundo vive comentando a falta de atitude da finlandesa, os erros que ela cometeu nos últimos anos, é tanto disse-me-disse que só uma novidade, digamos, de peso, faria a empresa voltar a ser motivo de zumzumzum – positivo. Mas convenhamos: falar mal da Nokia virou esporte, e mesmo com o anúncio do PureView, celular (?) com 41 megapixels, as críticas vêm, e pesadas.

Quem tem boa memória sabe: celulares Nokia sempre foram sinônimo de 1) boa bateria; 2) boa lente (Carl Zeiss); 3) bom gerenciamento de funções; 4) interface amigável; 5) boa câmera; 6) bons mapas (via Nokia Mapas) que funcionam offline. O design sempre ficou como “ingrediente” menos importante. Ela confiava tanto na simplicidade do Symbian e com o ecossistema criado em torno do sistema que bateu pé e preferiu nadar contra a corrente, deixando claro ainda que mirava (e continua mirando) nos perfis mais baixos da “cadeia alimentar” da telefonia pessoal móvel. Com a chegada do iPhone e, depois, com a guerra travada pelos modelos touchscreen e a divisão do mercado entre Android e iOS, a Nokia ganhou fama de teimosa; de ultrapassada; de mal direcionada. Mesmo continuando a dominar o mercado de entrada…
Nokia 808 PureView (Foto: Divulgação)Nokia 808 PureView (Foto: Divulgação)
A questão, amigos, é que para dominar qualquer mercado é preciso ter um – de preferência mais de um – modelo topo de linha. É aquela coisa da Fórmula 1: os modelos mais poderosos puxam toda a cadeia, impactando a linha dos middle end e chegando à low end. Pois agora a Nokia resolveu “causar”, ou seja, surpreender. Usou as armas que têm à disposição: a parceria com a Microsoft e seus Windows Phone e “camerafones” potentes.
A verdade é que o cenário lá na Finlândia ainda é meio confuso no que concerne à adoção de sistemas operacionais. Durante o Mobile World Congress (que rola em Barcelona, como todo ano), a Nokia desovou novos Lumia (com Windows Phone) e Asha (com S40) e o Nokia 808 PureView com Nokia “Symbian” Belle. Claro que já há quem faça um muxoxo diante da última informação. Mas como assim um aparelho com câmera de 41 megapixels, tela de 4 polegadas, processador de 1.3GHz e… Symbian? Pois é. Mas eu prefiro pagar pra ver e tentar acreditar que o aparelho é mais do que um celular e mais do que uma estação de aplicativos: é uma câmera digital e ponto.
Convenhamos que o PureView inaugura, de fato, um novo patamar no mercado de imagens digitais. E que patamar! Nada menos que uma câmera de 41 megapixels! Ainda não sabemos como será a qualidade da imagem gerada mediante número tão exorbitante. Mas querem saber? Prefiro não ver por esse lado – o que importa aqui é mais do que um celular e/ou uma câmera: é o movimento da Nokia que me interessa e acho que deveria interessar a todos.
Junto com o PureView, a Nokia anunciou o novo Nokia Lumia 610, o modelo com preço mais baixo da família Lumia e, claro, a aposta de uso do Windows Phone, que agora chegou para ficar, isso sem falar em novidades na linha Asha. A empresa anunciou também que oferecerá o Nokia Lumia 900 a outros mercados, além dos EUA. A Nokia frisa que o Lumia 610 é sua aposta para um público mais jovem, e é nele que ela quer inserir o “bichinho Windows Phone”. Será que dá?
Além dos 41 megapixels (sério, nem consigo imaginar isso num celular!) o PureView chega com lentes Carl Zeiss, como é de praxe, e uma tecnologia de captura de imagens e processamento de pixels (que é a PureView do nome) que usa algoritmos capazes de oferecer “uma nova experiência de imagem ao consumidor para os futuros produtos da Nokia”.
O melhor processamento de pixels permite que em resoluções padrões (2/3, 5 e 8 megapixels), o zoom não perca luminosidade, capturando sete pixels e condensando-o em 1 pixel para a imagem mais nítida. Na mais alta resolução (máximo de 38 megapixels), o usuário poderá, ainda segundo a Nokia, capturar uma imagem, aproximá-la, moldá-la, cortá-la e a redimensionar após a exposição. O sensor também oferece melhor desempenho em condições de pouca luz e a possibilidade de salvar as fotos em tamanhos compactos para e-mail, MMS ou redes sociais. Mas nada disso a gente assina embaixo, pelo menos até termos o aparelho em mãos para comprovar, né?
As notícias são excelentes, apesar de todos os pesares. Faz tempo que o mercado está urrando por novidades da finlandesa. O Android continua sua caminhada vertiginosa, a Apple em vias de anunciar um novo iPad e, quem sabe, o iPhone 5, e a Samsung, bem, está mostrando uma energia sem igual. Quanto mais melhor, gente! E mesmo que a língua coce para falar mal da Nokia, vamos tentar dar um crédito por… ousadia!

0 comentários:

Enviar um comentário