Seu nome não é iPad 3, nem iPad 2S, nem iPad HD. Durante o evento de apresentação do seu novo tablet nesta quarta-feira (7), a Apple simplesmente introduziu ao mundo o "Novo iPad". As novidades não surpreenderam tanto para quem acompanhou os rumores dos últimos meses, mas vieram: nova tela de altíssima resolução, processador mais poderoso e compatibilidade com a rede 4G de dados.
O mote da apresentação inteira, liderada pelo CEO da companhia, Tim Cook, foi semelhante ao que Steve Jobs propagava: a "revolução pós-PC" é a grande bola da vez para a Apple. Uma era na qual o "PC não é mais o centro do seu mundo digital, mas apenas um aparelho". E o iPad, afirmou Cook, "reinventou a computação portátil".
Como centro dessa "revolução", a terceira geração do iPad vem com a nova tela Retina, como afirmavam diversos rumores. Phil Schiller, VP de marketing global da Apple, foi o responsável por exibir os novos atributos da tela, com a esperada resolução de 2048 x 1536 - ou seja, 3,1 milhões de pixels distribuídos em sua superfície, mais de um milhão a mais do que uma TV Full HD.
A concentração é de 264 ppi (pixels por polegada), "suficiente para chamar de Retina Display", segundo Schiller, considerando a distância de pouco menos de 40 cm entre o usuário e o aparelho. A saturação de cor é 44% melhor, em comparação ao antigo dispositivo.
Já o processador é o A5X, um dual-core com gráficos (GPU) quad-core "desenhado" para suportar a nova resolução do Retina Display. A Apple comparou o chip com o concorrente Tegra 3, da NVIDIA, que equipa tablets Android, afirmando ter a performance quatro vezes melhor. Nos testes realizados no próprio evento pelo site Engadget, páginas carregaram mais rápidas, embora de forma sutil se comparado ao iPad 2.
Outro grande avanço em relação à geração anterior do tablet foi a câmera iSight. Agora com 5 megapixels, ela conta com lente dividida em cinco elementos, com filtro infravermelho e ISP rodando a partir do chip A5X. Para fotos, há recursos de autoexposição, autofoco, balanço de branco e detecção de face. Para vídeos, a resolução subiu para 1080p, como no iPhone 4S, oferecendo estabilizador de gravação. A câmera frontal, por sua vez, continua com os mesmos a resolução VGA de 640 x 480 pixels.
Já o aplicativo de Voice Dictation é a novidade no iOS, servindo para ditar ordens. Por meio de um novo botão no teclado - um microfone parecido com o ícone do Siri - é possível executar ações por voz, mas de maneira muito mais limitada a apenas funções básicas. Assim como o ajudante pessoal virtual do iPhone 4S, ele estará disponível em inglês, alemão, francês e japonês.
Internet mais veloz
Uma das novidades mais esperadas foi a adição da compatibilidade com a banda 4G (LTE), oferecida nos Estados Unidos pelas operadoras Verizon, AT&T, Rogers, Bell e Telus, com outras "pelo mundo" ainda não anunciadas, mas com modelos separados para cada companhia de telecomunicações. Segundo a Apple, as velocidades receberam uma grande aceleração: do iPad 2 com 3G eram de 3.1 Mbps na EV-DO, com 7,2 mbps na HSPA. Agora, ele tem 21 Mbps na HSPA+ e 42 Mbps na DC-HSDPA, enquanto a LTE chega a 73 Mbps.
Para os brasileiros, não há problema: a Maçã deixou todos os iPads 4G ainda compatíveis com a rede 3G também para o restante do mundo onde o LTE ainda não atua. Com toda essa velocidade, o novo tablet pode até servir como hotspots para outros aparelhos, de forma semelhante à função já existente no iPhone.
Mesmo com todas essas novidades, a Apple fez questão de permanecer com a bateria aguentando 10 horas de uso, sendo 9 horas com o 4G. O Bluetooth agora é 4.0, em vez da versão 2.0 do iPad 2. Não há um conector novo, como diziam rumores. Continua a mesma entrada de 30 pinos dos demais iGadgets.
Nas medidas, o aparelho tem 9,4 mm de largura (0,6 mm a mais do que o anterior), pesando 635 g (34 g a mais do que o iPad 2) na versão Wi-Fi e 662 g na versão 4G (contra 613 g no iPad 2 com 3G). Definitivamente mais gordo do que o tablet de 2011, mas provavelmente justificado por conta das novas adições de componentes e funções sem prejuízo à bateria.
O preço: US$ 499 para o de 16 GB na versão Wi-Fi, enquanto o modelo de 32 GB sai por US$ 599 e o de 64 GB por US$ 699 - os mesmos preços do iPad normal por lá. Se quiser comprar de 4G, os aparelhos saem por US$ 629, US$ 729 e US$ 829, respectivamente, de acordo com a capacidade interna. O novo tablet chega às lojas a partir do dia 16 de março nos principais países, como EUA, Canadá, França, Japão e Austrália. No dia 23 de março em mercados como Áustria, México e Itália. Nada de Brasil, por enquanto.
Novos e melhorados apps
Segundo a Apple, a nova resolução não significa pânico para os desenvolvedores. Os aplicativos já existentes serão escalonados para a resolução atual, da mesma forma como aconteceu na evolução do iPhone 3GS para o iPhone 4. Mas se as produtoras utilizarem o Retina com todo o potencial, podem conseguir resultados bem melhores, naturalmente.
Dessa forma, Tim Cook chamou ao palco diversos desenvolvedores para apresentar seus apps. Sky Gamblers, da Namco, é o novo game utilizando a resolução do tablet. Trata-se de um jogo de aviões, semelhante ao Ace Combat nos consoles, apostando em nos detalhes perceptíveis na tela do aparelho. O título é exclusivo para o iOS e estará disponível no final do mês.
A Epic Games, responsável pelos bem-sucedidos Infinity Blade 1 e 2, utilizando a Unreal Engine 3, também foi chamada ao palco para apresentar um spin-off da série: Infinity Blade: Dungeons. O jogo utiliza gráficos com HDR (como na câmera do iPhone) e mapeamento de tons.
Mike Capps, presidente da produtora, afirmou que "tem mais memória ou resolução de tela do que ambos o Xbox 360 e o PS3" no novo iPad, utilizando todo o poder do aparelho com a famosa engine responsável por jogos como Batman: Arkham Asylum e Gears of War. Infelizmente para os fãs, o Infinity Blade: Dungeons ainda não tem previsão de lançamento.
A Autodesk também apresentou um novo app para acompanhar o iPad de terceira geração, chamado de SketchBook Ink. Ele é um programa para desenho, permitindo criar telas com detalhes minuciosos. Segundo a empresa, ele tem uma nova engine que utiliza o poder do A5X para poder exportar imagens com mais de 100 megapixels. Também exclusivo para iOS, o aplicativo estará disponível em abril.
A suíte iWork agora está remodelada, com cada app por US$ 9,99, como antes. O iLife também ganhou novidades. O Garage Band agora tem a função Smart Strings, um editor de notação musical, compatibilidade com o iCloud e novos modelos de compartilhamento, permitindo até uma jam entre outros aparelhos . A atualização estará disponível ainda hoje na App Store.
Já o iMovie também ganhou melhorias, podendo agora lidar com filmes em 1080p. Agora é possível criar storyboards (uma espécie de desenhos em quadrinhos para roteirizar). Ele conta ainda com novas ferramentas de edição, como cortes novos e letreiros melhorados. Também estará disponível hoje por US$ 4,99 ou de graça, via atualização.
Como previmos, a Apple apresentou seu próprio app para concorrer com o Photoshop Touch, o iPhoto. "Dá a você novas maneiras de navegar por todas essas fotos e tem realmente incríveis formas de editar", afirmou Tim Cook. Entre as novidades, edição multitouch, podendo enviar e receber capturas entre outros aparelhos, correções automáticas e várias funções que exploram o Retina Display para exibir detalhes. O app suporta imagens de até 19 megapixels importados de outras câmeras.
Via Engadget.
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