GooGle acusada de plágio

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Desde outubro de 2010, a batalha virtual entre redes sociais conta com um contendor discreto, o Diaspora, concebido como uma alternativa ao Facebook. Para assumir o papel de antípoda da maior rede social do planeta, o serviço decidiu colocar nas mãos do usuário, de maneira inconteste, todo o controle sobre informações pessoais e conteúdos compartilhados. A ideia foi de quatro estudantes da Universidade de Nova York. Para colocar o plano em prática, contudo, era necessário amealhar uma quantia nada irrisória, que sustentasse a empresa. Eles recorreram a um serviço de financiamento coletivo, e deu certo: em 39 dias, foram arrecadados mais de 200.000 dólares. Entre os benfeitores, estava o próprio fundador do Facebook, Mark Zuckerberg. “Estamos felizes com o apoio dele”, admite, pela primeira vez, Peter Schurman, representante do Diaspora. Dos Estados Unidos, Schurman, de 42 anos, falou ao site de VEJA sobre o futuro do projeto – ainda disponível apenas para convidados –, e acusou o Google+, rede social do gigante de buscas criada em junho de 2011, de copiar recursos lançados pelo Diaspora – caso da exportação simplificada de informações, os círculos de amigos (Circles, no Google+) e o próprio visual de três colunas (imagem abaixo). “Não teremos combates judiciais com o Google. Estamos lisonjeados por servir de referência a eles”, afirma Schurman. Confira a entrevista a seguir.

O que diferencia o Diaspora do Facebook? A rede de Mark é um jardim cercado de muros, como a AOL (America On-line) tentou ser nos dias em que a empresa buscou, sem sucesso, dominar a internet. Nós temos uma proposta diferente, um novo projeto que conecte pessoas.
Qual é a proposta então? O Diaspora não é simplesmente uma rede social – é um novo ecossistema na web que permite uma conexão diferente de outros serviços disponíveis. Nós agimos de modo distribuído e descentralizado, sendo que o usuário tem total controle sobre suas informações. Nós garantimos às pessoas: nenhum conteúdo colocado em nosso site é de nossa propriedade.
É verdade que Zuckerberg ajudou a financiar o site? Não comentamos muito o assunto, mas Mark foi, sim, uma dos milhares de pessoas que colaboraram a partir do KickStarter (maior site de crowdfunding do mundo, onde é possível financiar projetos de modo coletivo). Estamos muito felizes com o apoio dele.
O Diaspora, por enquanto, não aceita publicidade. Como ele será mantido? A ideia nasceu e foi desenvolvida a partir da generosidade das pessoas que buscam escolher que nível de liberdade e privacidade querem ter. Em pouco tempo, conseguimos milhares de doadores que apoiaram nosso projeto. Temos um compromisso com o usuário: nunca venderemos dados aos anunciantes.


Você concorda que o visual do Google+ é, no mínimo, parecido com o do Diaspora (imagem acima)? Vocês pretendem acionar a Justiça contra o gigante de buscas pelo plágio? Ficou evidente que o Google+ imitou uma série de recursos apresentados de forma pioneira no Diaspora, como os círculos de amigos, que permitem escolher com quais usuários queremos compartilhar informações, além do próprio formato visual de três colunas. Milhares de pessoas comentaram as semelhanças entre os dois serviços, mas não estamos interessados em combates judiciais com o Google. Estamos lisonjeados por servir de referência a eles. Nosso objetivo é apenas construir uma web aberta e mais simples.
Quem tenta se cadastrar no Diaspora não consegue e reclama da falta de retorno da rede. Esse controle não interfere no crescimento do projeto? Acredito que esse seja um dos problemas a serem resolvidos por nossa empresa. Atualmente, milhares de pessoas esperam o convite para ingressar no site, mas trabalhamos com a dura realidade de contar com uma equipe pequena de desenvolvedores, aliada a uma série de voluntários que contribuem quando podem. O funcionamento do site está perfeito, mas, por enquanto, não temos condições de abri-lo para todos. Acredito que esse problema será solucionado o mais rápido possível.
Na sua opinião, qual é o futuro do Facebook? A internet está em constante evolução. Há algum tempo, o MySpace reinava absoluto – e parecia imbatível. Mas o site fez com que a experiência do usuário ficasse cada vez mais carregada. A consequência dessa estratégia foi uma migração em massa para outro espaço, o Facebook. O problema é que o próprio Facebook comete hoje o mesmo erro
via Veja

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