Hackers queriam colocar escuta no FMI

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Um perito em segurança que já trabalhou para o FMI revela qual o objectivo do ataque de hackers à instituição sedeada em Washington.


O FMI, que supervisiona o sistema financeiro de 187 países, tornou-se no mais recente alvo dos piratas informáticos, depois da Sony, da Lockheed Martin e do Citigroup.


A notícia do ataque informático à rede do FMI foi avançada ontem pelo New York Times. "Trata-se de uma brecha [de segurança] enorme", admitiu um alto funcionário do FMI ao jornal norte-americano, acrescentando que a infiltração dos piratas informáticos "durou vários meses", tendo ocorrido antes de o antigo director-geral da instituição, Dominique Strauss-Kahn ter sido detido por agressão sexual, a 14 de Maio.
Um especialista em segurança que trabalhou para o FMI e o Banco Mundial, Tom Kellerman, explicou à Reuters que o ataque tinha como objectivo a instalação de um software que daria a um Estado-membro "uma presença digital por dentro" na rede da instituição internacional.

Tal presença poderia fornecer "um manancial de informação económica que não é pública", usada pelo Fundo para promover a estabilidade cambial, sustentar o equilíbrio no comércio internacional e fornecer recursos para remediar crises na balança de pagamentos dos seus membros, acrescentou Tom Kellerman, que também faz parte do grupo International Cyber Security Protection Alliance, sublinhando que "foi um ataque dirigido".
David Hawley, porta-voz do FMI, disse ontem que o Fundo se encontra "plenamente operacional", apesar do ataque. "Eu posso confirmar que estamos a investigar o incidente", acrescentou, recusando, contudo, comentar a conclusão de Kellerman sobre o objectivo dos piratas informáticos.

O ataque dos hackers à rede do FMI surge numa altura em que a instituição internacional está envolvida nos resgates a Portugal, à Grécia e à Irlanda e possuiu informação sensível sobre outros países que também se encontram à beira de uma crise económica, bem outros dados capazes de afectar os mercados.
Recorde-se que no passado dia 1 de Junho a organização de pirataria informática Anonymous anunciou no Twitter a ‘Operacão Grécia', na qual apelava a um ataque ao site do FMI, devido ao seu desacordo sobre as condições do resgate helénico impostas pela instituição sedeada em Washington e pela União Europeia em troca de um empréstimo de 110 mil milhões de euros.

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